sexta-feira, 12 de março de 2010

O Eterno Mundo Dos Descontentes...

Acredito que exista um “mundo paralelo” ao nosso mundo. O mundo das pessoas descontentes com tudo.

Os descontes não são infelizes, são apenas descontentes. Ficam descontentes com aquilo que acontece, com aquilo que não acontece, com tudo o que você faz, com tudo o que você não faz, com as outras pessoas e até com elas mesmas.

E o grande problema é que cada dia que passa mais e mais pessoas comuns estão adentrando neste “mundo paralelo do descontentamento eterno”. Estão descontentes, mas não fazem absolutamente nada para mudar este estado em que se encontram, aliás, fazem: reclamam de tudo e de todos.

Vemos pessoas descontentes com o casamento, com o marido, com a esposa, com os filhos (que eles mesmos criaram mal), com o emprego que possuem, com o governo, com a televisão, com as músicas, com os preços dos produtos, com a família, com os amigos, com o tempo (muito calor querem frio, muito frio precisam de um solzinho), enfim, descontentes com tudo que possamos imaginar, mas em nenhum momento param para pensar que o problema pode estar também neles e não só nos outros, por que, estas pessoas não têm a força para mudar, gastam toda energia que possuem reclamando da vida, das pessoas, do mundo e não se dão conta de que a vida é de cada um e se alguém possui o poder de mudar esta situação são eles mesmos. Li em algum lugar que nós buscamos a perfeição das pessoas imperfeitas.

Eles não pedem conselhos. Querem sua aprovação para aquilo que já decidiram, querem que você simplesmente reforce a certeza que eles têm de que o que vão fazer está correto (talvez para por a culpa em você depois) e quando você desaprova ou diz que do outro jeito é melhor, você não dá apoio, é um pessimista ou não quer vê-lo crescer.

Faço administração ou DIREITO? Com uma ênfase no Direito.

Uso o VERDE ou o azul? Com o vestido verde em uma das mãos bem à frente do azul.

Vou à PRAIA ou cinema? (Já com a cadeira de praia na mão) E você responde: o tempo está meio nublado, está com “cara” de chuva. Ouve-se o grunhido: Você e seu pessimismo. E vai à praia.

Se chover (vai chover, você e ela sabiam) a culpa é sua: Está vendo só você pra estragar o dia, se não tivesse aberto essa boca. Olha a chuva que está caindo...

Pode parecer absurdo assim a primeira vista, mas analise as pessoas ao seu redor (ou analise você mesmo), veja se as atitudes delas (ou as suas) batem com esta descrição e você vai se surpreender com a quantidade de “descontentes” no mundo. E eles estão crescendo a cada dia.

São pessoas que não dão valor àquilo que conquistaram, sempre querem mais (nunca se contentam com o que já possuem). Não dão valor àquilo que as pessoas fazem por elas e vão em busca de uma felicidade eterna que talvez nunca encontrarão. Como nas músicas da Legião Urbana:

"O Teatro Dos Vampiros": ...O que é demais nunca é o bastante...

"Índios": ...Provar que quem tem mais - Do que precisa ter - Quase sempre se convence - Que não tem o bastante...
Já não se satisfazem com aquilo que possuem, querem sempre mais e mais, confundem metas planejadas com sonhos quase impossíveis, confundem o foco em um alvo com acomodação, preguiça. E, desesperados por não conseguirem tudo o que sonham possuir ou conquistar, “atiram para todos os lados”. Parecem cachorros que correm atrás das rodas dos carros e quando o carro para não sabem o que fazer. Correm atrás de um sonho impossível e se alcançam, não sabem o que fazer com ele. São alimentados pelo desejo de serem felizes sempre, mas não vêem que a felicidade reside em pequenas coisas, pequenos momentos, que a vida não é composta de enormes alegrias e sim de pequenas alegrias diárias e que aproveitando estas pequenas alegrias diárias, só assim, seremos verdadeiramente felizes.

Bom, se você é um destes descontentes saiba que isso tem cura. Parar de reclamar de tudo e de todos é um começo, conte até dez, respire fundo e deixe algumas coisas “prá lá”, simplesmente esqueça algumas coisas, não se estresse com elas. Se nós nos estressarmos com tudo e com todos reclamaremos desde a hora que acordarmos até nos deitar, e reclamar atualmente parece um vício e como todo vício difícil de “curar”.

Diz um provérbio Zen o seguinte: “Se alguma coisa o aborrece depois de 2 minutos, tente 4. Se continuar aborrecendo, tente 8, 16, 32, e daí em diante. Eventualmente descobrirá que já não o aborrece, mas que é muito interessante.”

Releve algumas coisas que não possuem tanta importância e seja mais feliz… Ficar bravo, revoltado, reclamar, não vai solucionar o problema, concentre suas ações e suas energias na solução do problema. Se ele for muito grande divida-o em pequenos pedaços. Existe um provérbio chinês mais ou menos assim: “Se tem remédio para que se preocupar? Se não tem para que se preocupar?”

“Ser feliz é estar contente com aquilo que temos e com o que conquistamos, sem perder o foco das metas ou dos objetivos que queremos alcançar”.

“Precisamos aprender e aceitar com naturalidade que o não, assim como o sim, ambos fazem parte da vida”.

2 comentários:

  1. Oi Fábio, amei o texto... realmente temos que dar valor ao que temos, não perder o foco... fazer uma vida feliz, sem reclamar.

    um beijo.

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  2. Ótimo texto . Tem muita gente nessa situação.

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